quarta-feira, 4 de junho de 2014

Superhero Junkdrawer

Esse é o 50º post do blog!

:D

E com 5.000 visualizações totais!

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Hoje eu vou fazer algo diferente. Eu vou juntar todos os assuntos que eu gostaria de abordar sobre super-heróis que não são grandes o suficiente para ter um post próprio, ok? Então, vamos começar:

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Se seguisse ao pé da letra, a Kriptonita deveria ser um minério composto de kriptônio. Porém, temos dois problemas: o primeiro é a que o kriptônio é um gás nobre, o que impossibilita fazer ligações químicas e, consequentemente, ter uma forma sólida. O outro problema é que o kriptônio não é radioativo e a pedra ficcional seria radioativa o suficiente para quebrar Superman (apesar de a pedra não ter efeito em humanos).

Eu estou ciente que, em nenhum momento, a DC usou a palavra kriptônio para descrever o conteúdo da kriptonita. A única semelhança entre os dois está no sufixo grego “kripto”, que significa “obscuro”. Mas seria um bom exercício mental tentar associar as duas coisas.

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Não aguento mais os nerds falarem que “Superman é um personagem forte demais para ser interessante”. Isso não é verdade. As histórias literárias mais interessantes feitas pela humanidade envolviam deuses gregos e eles eram imortais. O que torna Superman interessante é que ele, apesar de ter poderes o suficiente para resolver qualquer tipo de problema, ele é incapaz de resolver todas as mazelas do planeta. Superman é um personagem desinteressante quando colocado em combate porque ele não foi feito para batalhar: ele foi feito para salvar pessoas e inspirar elas a fazer o bem.

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Já percebeu que todos os personagens femininos da DC já foram “hipersensualizadas” e são “bissexuais até que se provem o contrário”? Até mesmo Amanda Waller, que é uma mulher que foge muito do padrão de beleza, acabou de ser “hipersensualizada” no novo reboot da DC: os Novos 52.

Mas eu tenho uma boa notícia: a única personagem que nenhum desenhista ousou sensualizar até hoje é Lois Lane. E o motivo é a de que ela é o ícone máximo do feminismo dos quadrinhos de super-heróis. Digo, ela TRABALHAVA como repórter na DÉCADA DE 20, muito antes dos primeiros movimentos feministas, onde mulheres ainda lutavam para ter direito ao VOTO! Além disso, ela não ia para o perigo porque ela queria “se jogar nos braços do Superman”: ela fazia porque era o EMPREGO dela!

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Sem desconsiderar o comentário anterior, eu acho que Superman funcionaria muito melhor como solteiro. Seria muito egoísta da parte dele, por exemplo, evitar um acidente de trem porque estava ocupado demais namorando ou porque estava em uma discussão de relacionamento.

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O motivo pelo qual Lex Luthor é um vilão interessante é que ele SABE que Superman não vai ferir, torturar ou matá-lo, além de também estar ciente que Superman iria, no máximo, colocá-lo na cadeia. E, como sabemos que multimilionários nunca ficam na cadeia (principalmente os dos HQs), ele se sente impune. Matar Zod, como feito no último filme, iria intimidá-lo e fazer com que ele nunca seja um vilão do Superman. A não ser que ele coloque uma armadura ao estilo Tony Stark e troque socos, o que seria completamente desinteressante.

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Eu estou cansado e nauseado de Batman. Eu estou ciente de que ele é responsável pelo melhor filme de super-herói, melhor game de super-herói (o pódio inteiro, na verdade), melhor desenho animado de super-herói e melhor HQ de super-herói. Mas, mesmo assim, não daria para trocar o disco?

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Então, Flash vai ganhar um seriado de TV? Não sei como reagir a isso. Digo, ele tem um dos vilões mais interessantes e icônicos da história dos super-heróis, mas o Flash em si não é tão interessante assim. Mas, considerando que Bruce Wayne também é desinteressante e seus vilões também são icônicos, é só esperar para ver.

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Eu gostaria que a Mulher Maravilha no filme tivesse uma minissaia estilo-Amazona ou um short bem curto só para dar a mensagem de que “mulher que tem roupa curta não está pedindo”.

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Eu gostava muito da anime dos Jovens Titãs. E a integrante que eu mais gostava era a Estelar. O motivo: ela era, acima de tudo, uma humanitária. Ela não lutava para derrotar seus inimigos; ela lutava para ajudar os seus amigos (e seus poderes eram de caráter destrutivo). Ela hesitava e até abominava o uso de força bruta nas lutas e sempre investia muito mais no inocente que estava no meio do “fogo cruzado”. Eu sei que muitos falarão que ela cai no estereótipo de “mulher histérica” já que seus poderes são influenciados pelas suas emoções, mas acho que isso adiciona a personagem e não o contrário.

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Cadê o Super Choque? Eu gostava dele também. Ele era interessante porque ele não era “negro com alma de branco” e nem “estereótipo de negro”, sendo um super-herói completamente diferente dos outros. Seu ajudante, Gear, era basicamente um Tails humano.

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Melhor identidade secreta de todos os tempos? A do Capitão Marvel (SHAZAM). Digo, ele era um garoto que virava um super-herói quando gritava SHAZAM! Quem iria suspeitar disso?

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Apesar da HQ Watchmen ser foda, eu prefiro a versão do filme. O final faz muito mais sentido.

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Querido Facebook: eu não aguento mais ver notícia sobre o filme do Homem-Formiga. Ninguém pediu pra ter esse filme. Ele é chato pra caramba e desinteressante. O único momento em que Hank Pym (ou Pimpiririmpimpim, segundo Deadpool) teve uma história interessante foi quando ele bateu na mulher. Sim: super-heróis cometem violência doméstica. Nem mesmo o fato de “criar Ultron” fez dele interessante porque Tony Stark ou qualquer outro super-herói “genial” poderia ter feito isso. Hey, Marvel? Que tal fazer um filme da Miss Marvel ou da Mulher Hulk no lugar?

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Eu acho que Hulk funcionaria muito melhor no gênero de terror do que de super-herói. Digo, ele é uma aberração da natureza com um caráter descontrolado. Isso deveria ser algo temido. Principalmente considerando que Stan Lee se inspirou nos filmes de terror da década de 50 para criar o personagem.

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Quando anunciaram um ator negro para fazer o Tocha Humano filme do Quarteto Fantástico, uma metade (racista) da Internet reclamava da “falta de fidelidade” e a outra metade falava que ele poderia ser adotivo. O que aconteceu? O filme anunciou um outro ator negro para interpretar o pai dele e calar de vez com a crítica, dizendo indiretamente que a adotada era a Mulher Invisível, a irmã branca.

Quer saber uma outra maneira de zoar ainda mais os fãs? Fazer com que o Tocha Humana e o Coisa tivessem uma relação homoafetiva. Digo: nas histórias os dois agiam como se fossem irmãos, tendo momentos de companheirismo e de zoação. E então, ter uma relação amorosa com discussão de relacionamento seria MUITO diferente disso?

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Tangencialmente relacionado com o comentário anterior, muita gente defende o racismo, sexismo e a homofobia de um filme alegando “fidelidade” com a matéria-prima. Essa desculpa não cola mais. Eu vou usar um exemplo:

A “rainha do gelo” é um dos estereótipos mais sexistas feitos para uma personagem feminina. O termo era baseado no conto de fada “A Rainha do Gelo” de Hans Christian Andersen. A Disney fez um filme (vagamente) baseado nesse conto ano passado. O filme se chamava FROZEN! Sem mais, meritíssimo.

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Eu estou ciente que o Homem-Aranha solta teia devido a um dispositivo instalado no pulso, mas eu prefiro muito mais a versão orgânica dos filmes de Sam Raimi. Digo, Peter Parker era muito inteligente, mas não é para ser um gênio. Já existem vários no universo Marvel, como Tony Stark, Bruce Banner, T'Challa, Stephen Strange, Hank Pym e Reed Richards.

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Que bom que o mais recente filme do Homem-aranha não esteja fazendo tanto sucesso. Adicionando isso ao fato de Andrew Garfield tem contrato para apenas mais um filme e recusou renovar, posso dar uma sugestão que vai tornar a franquia bem mais interessante? Coloque Miles Morales!

Para quem não sabe, Miles Morales é o Homem-aranha do universo Ultimate. E ele é FODA! Negro, bissexual e cotista (pesadelo dos reaças), ele ganha os poderes aranha de forma idêntica ao Peter Parker. Foi testemunho da morte de Peter Parker e, com o peso na consciência de não ter ajudado o antigo Homem-Aranha, ele vive o legado ser o novo Homem-Aranha. Isso mesmo: quase a mesma coisa que Peter sofreu com o tio Ben.

É óbvio ululante que o Peter Parker representa o estereótipo de Nerd dos anos 60. Mas, considerando que esse estereótipo não é tão popular hoje em dia (fora de Big Bang Theory), Miles Morales é um bom exemplo para um super-herói “oprimido” do século XXI.

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Apesar de os Vingadores, os X-men e o Homem-aranha serem propriedade da Marvel, eu não acho que eles fariam sentido se pertencessem no mesmo Universo. Os Vingadores são universalmente adorados pelo povo local enquanto os X-men são universalmente odiados pelo povo local. Homem-Aranha tem uma relação mista, sendo adorado pelas pessoas com quem teve contato mas odiado pela mídia (Clarim diário) e pelas multinacionais (Oscorp).

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E, para encerrar:

SPOILERS DE X-MEN DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO

Eu mencionei em algum post no passado a presença de Mansplanning. A questão é que o Mansplanning não está no discurso e nem explícito no filme. O Mansplanning está no fato de que todas as pessoas que estavam tentando parar a Mística eram homens e que ela era a única mulher mutante de destaque no passado (Kitty Pride, Tempestade e Blink, as outras mulheres do filme, apenas existiam no futuro), dando uma mensagem subliminar de que “mulher forte e independente precisa ser detida porque só faz besteira”, que é bem assustadora.

2 comentários:

  1. Vou comentar apenas a parte do Superman.
    Pessoalmente não gosto muito dele. Sei lá, nada contra mas não me chama a atenção.
    O legal do Superman é a filosofia envolvida. Tem uma cena ótema em Kill Bill vol2 onde Bill fala sobre a filosofia do Superman. Na verdade eu acho aquele conceito filosófico uma bobagem mas a cena é legal. Mas tem outros conceitos filosóficos interessantes.
    O meu favorito é sobre ele ser inerentemente bom. Bonzinho demais na verdade.
    Quero dizer, o cara é um tipo de deus, super forte e indestrutivel que defende a liberdade e a justiça. O problema é que os conceitos de liberdade e justiça mudam de cabeça para cabeça.
    Imaginando um Superman real, aqui no nosso mundo, americano come ele é, defendendo os ideais americanos de justiça e liberdade, como seria o mundo?
    Provavelmente Cuba não seria tão "indiciplinada" frente aos interesses dos EUA, e provavelmente Fidel estaria na cadeia, o presidente do Irã iria ficar pianinho, e um milhão de coisas do tipo aconteceriam.
    Mas nada disso ocorre. o Superman é tão bom que luta contra os inimigos dos americanos mas não destroi o resto do mundo assim. Não força o mundo a uma ditadura de moral e bons costumes.
    Existe um dialogo interessante em Star Wars The Clone Wars onde o jovem Anakin discute com a namoradinha (que por acaso é senadora da republica) sobre o que é o melhor para o povo e sobre a politica.Ele diz que se as pessoas não querem o que é melhor pra elas então as pessoas deviam ser forçadas à isso. Uma ditadura pelo bem do povo.
    Então, se temos um deus superforte que defende uma visão de mundo o que o impediria de impor sua ideologia mesmo que fosse pelo bem do mundo.
    "Vocês iranianos não souberam escolher um presidente, vou dar uma surra nesse ai para o bem de vocês" ou "Esse bolivarianismo ceifa a liberdade dos venezuelanos, vamos acabar com essa putaria ou eu vou fazer uma vizitinha ai" e o meu favorito :"os sauditas vivem sobre uma ditadura sangrenta mas são uns caras legais, se mexerem com eles mechem comigo!", eu acho que veriamos esse tipo de coisa.
    Alan Moore tratou disso em Watchmen (concordo com você, o final do filme é bem melhor).
    O ponto mais importante dessa questão é saber até onde um deus poderia ser tão justo quanto o Superman sem ser um tremendo babaca.

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    1. Sim, Superman sempre teve um lado norteamericano: caiu na Terra em uma fazenda em Kansas, seu lema é "Truth, Justice and the American Way" e se veste de azul e vermelho. Porém, o que fez ele popular em todo o planeta, apesar das óbvias referências norteamericanas, é a de que ele é um herói "do povo para o povo" ao invés de batalhar contra vilões. Adicione também o fato de, como seu público alvo nos quadrinhos são essencialmente os EUA, consequentemente EUA virou metonímia do planeta inteiro (o que obviamente sabemos que não é).

      Já existem várias HQs que mexem com essa premissa que você está citando. Em "O Foice e o Martelo" é imaginado um Superman soviético, enquanto na Action comics 900, o presidente o Irã se sente intimidado e chama Superman de "arma americana"; Superman respondeu renunciando sua cidadania americana (o que causou muita polêmica quando o gibi foi lançado).

      Coincidência: faz menos de duas horas que terminei de assistir Kill Bill.

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