domingo, 9 de março de 2014

Por que tem tanto seriado bom sendo lançado?

Walking Dead, Breaking Bad, Game of Thrones, House of Cards, Doctor Who, Orange is the new Black, Community, True Detective, Once upon a Time, Dexter, House, Hannibal…

É quase impossível hoje em dia ter uma conserva normal sem que tenha algum conhecimento sobre seriados. Cada vez mais pessoas assistem seriados de TV, apesar de a audiência de TV ser cada vez menor ao passar dos anos. Óbvio que aplicativos como Netflix são responsáveis pela enorme popularidade. A questão a ser feita nessa postagem é outra:

Por que tem tanto seriado bom sendo lançado? O que justificaria tanta qualidade?

O grande assunto da blogosfera hoje em dia é tentar justificar esse fenômeno (já apelidada de a “Era de Ouro da Televisão”). A teoria favorita dos blogueiros é a de que, com tantos filmes de super-herói “descerebrados” e a quantidade de remakes, reboots, sequências e prequências; a TV funcionaria como um refúgio intelectual.

Permita-me discordar. Esse argumento é elitista e preconceituoso, pois ignora completamente que é possível fazer um filme de super-herói que seja inteligente (Watchmen), reboots que podem ser uma adaptação cultural e contemporânea e funcionar tão bem quanto o anterior (A Hora do Espanto), reboots melhores que os originais (Dredd) ou ao reboot anterior (Planeta dos Macacos) e sequências que podem servir como contra-argumento de seu antecessor (300 – Ascensão do Império).

Também posso dizer que tem muito seriado que são “descerebrados” e horríveis (Big Bang Theory é que mais vem em mente no momento, além de Heroes e Smallville). Sim, a maioria dos filmes hoje parecem besteira e, sim, a maioria dos seriados tem algo interessante. Vou te dizer o que realmente está causando isso.

É notório a evolução dos efeitos especiais no cinema. Hoje em dia, chegamos a um nível em que tudo pode ser tecnicamente filmável. Lembrando que, no meio do ano, será lançado um filme que tem um guaxinim com metralhadora e uma árvore falante. Óbvio que os produtores dos filmes estão curiosos em saber como os grandes filmes que fizeram parte de sua infância ficariam se não tivesse limitação de filmagem.

Porém, efeitos especiais são algo muito caro. Se gasta muito dinheiro para fazer algo computadorizado. E é preciso ter um retorno a esse investimento. E então o que acontece? Vende pro público algo que eles já gostaram. Convenhamos: é muito mais fácil vender algo que um consumidor tem noção do que se trata do que algo completamente novo. Se te fizerem uma enquete perguntando o que você gostaria de assistir, a resposta seria provavelmente algo que você gosta (ou vários elementos de algo que você gosta).

Seriados de TV quase não tem efeito especial. Heroes e 4400 tem muito mais do que a média, e mesmo assim eles tentam evitar o máximo possível (não é a toa que o “season finale” de ambos pode ser resumido em "anti-climático").

Tendo uma despesa muito inferior em efeito especial, um seriado precisaria de bem menos audiência para fazer sucesso. Podendo se tornar lucrativo com menos esforço, se tem a liberdade de ousar sem ter que lidar com maciços prejuízos (mas não é garantia de lucros).


O problema do argumento elitista é achar que a maioria das pessoas está de acordo com as suas preferências e “idiotizando” quem pensa o contrário e esquecendo que o público dos cinemas ainda o torna rentável, principalmente considerando o público chinês; e o público de TV é o suficiente para poder se sustentar.

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