Walking
Dead, Breaking Bad, Game of Thrones, House of Cards, Doctor Who, Orange is the
new Black, Community, True Detective, Once upon a Time, Dexter, House, Hannibal…
É quase impossível hoje em dia ter uma conserva normal sem
que tenha algum conhecimento sobre seriados. Cada vez mais pessoas assistem seriados
de TV, apesar de a audiência de TV ser cada vez menor ao passar dos anos. Óbvio
que aplicativos como Netflix são responsáveis pela enorme popularidade. A
questão a ser feita nessa postagem é outra:
Por que tem tanto seriado bom sendo lançado? O que
justificaria tanta qualidade?
O grande assunto da blogosfera hoje em dia é tentar
justificar esse fenômeno (já apelidada de a “Era de Ouro da Televisão”). A
teoria favorita dos blogueiros é a de que, com tantos filmes de super-herói “descerebrados”
e a quantidade de remakes, reboots, sequências e prequências; a TV funcionaria
como um refúgio intelectual.
Permita-me discordar. Esse argumento é elitista e
preconceituoso, pois ignora completamente que é possível fazer um filme de
super-herói que seja inteligente (Watchmen), reboots que podem ser uma
adaptação cultural e contemporânea e funcionar tão bem quanto o anterior (A
Hora do Espanto), reboots melhores que os originais (Dredd) ou ao reboot
anterior (Planeta dos Macacos) e sequências que podem servir como contra-argumento
de seu antecessor (300 – Ascensão do Império).
Também posso dizer que tem muito seriado que são “descerebrados”
e horríveis (Big Bang Theory é que mais vem em mente no momento, além de Heroes
e Smallville). Sim, a maioria dos filmes hoje parecem besteira e, sim, a
maioria dos seriados tem algo interessante. Vou te dizer o que realmente está
causando isso.
É notório a evolução dos efeitos especiais no cinema. Hoje
em dia, chegamos a um nível em que tudo pode ser tecnicamente filmável.
Lembrando que, no meio do ano, será lançado um filme que tem um guaxinim com
metralhadora e uma árvore falante. Óbvio que os produtores dos filmes estão
curiosos em saber como os grandes filmes que fizeram parte de sua infância
ficariam se não tivesse limitação de filmagem.
Porém, efeitos especiais são algo muito caro. Se gasta muito
dinheiro para fazer algo computadorizado. E é preciso ter um retorno a esse
investimento. E então o que acontece? Vende pro público algo que eles já
gostaram. Convenhamos: é muito mais fácil vender algo que um consumidor
tem noção do que se trata do que algo completamente novo. Se te fizerem uma
enquete perguntando o que você gostaria de assistir, a resposta seria
provavelmente algo que você gosta (ou vários elementos de algo que você gosta).
Seriados de TV quase não tem efeito especial. Heroes e 4400
tem muito mais do que a média, e mesmo assim eles tentam evitar o máximo
possível (não é a toa que o “season finale” de ambos pode ser resumido em "anti-climático").
Tendo uma despesa muito inferior em efeito especial, um
seriado precisaria de bem menos audiência para fazer sucesso. Podendo se tornar
lucrativo com menos esforço, se tem a liberdade de ousar sem ter que lidar com
maciços prejuízos (mas não é garantia de lucros).
O problema do argumento elitista é achar que a maioria das
pessoas está de acordo com as suas preferências e “idiotizando” quem pensa o
contrário e esquecendo que o público dos cinemas ainda o torna rentável,
principalmente considerando o público chinês; e o público de TV é o suficiente para poder se sustentar.
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